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A Visa anunciou que passará a liquidar transações em USD Coin, uma conhecida stable coins. Para quem não está familiarizado com o termo, as stable são criptomoedas com lastro em ativos reais, como dólar, euro e real. Sua cotação depende de alguns parâmetros, como a programação prévia via protocolos na blockchain ou pela gestão ativa dos emissores.

A decisão da empresa de cartões de crédito deve-se à demanda do público da empresa, em especial as instituições financeiras e varejistas.

Percival Jatobá, vice-presidente de Soluções e Inovação da Visa do Brasil, explica que “É inegável que um nicho cada vez maior dessa comunidade (consumidores) vem adotando moedas digitais, ainda que de maneira ainda tímida, no campo dos pagamentos”.

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Para ele, “seria um desrespeito com nossos clientes se não entrássemos nessa arena”. Contudo, não será uma transição fácil. Será um processo “gradativo, sempre em um ritmo seguro, porque esse é nosso estilo e porque se trata do dinheiro das pessoas”.

A operação ocorre em parceria com as empresas Crypto.com e Anchorage, mas só funciona com varejistas atendidos nos Estados Unidos. Não há previsão de quando a opção estará disponível aos brasileiros.

Desde 2019, a Visa vem avaliando a criptoeconomia, acompanhando de perto como operam as exchanges, nome dado às plataformas de negociação de moedas digitais.

Essa nova com a USD Coin faz com que a empresa seja a primeira grande rede de pagamentos a disponibilizar um criptoativo em seu portfólio.

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A possibilidade de a Visa operar diretamente em criptomoeda, como Bitcoin, não está descartada. Jatobá esclarece que a opção de usar uma stable coin, e não uma cripto  propriamente dita, ocorre pela facilidade de integração com os processos tradicionais de operação.

“Escolhemos começar pelas stable coins porque elas têm uma natureza mais afim com o mercado em que a gente trabalha, consigo integrar sem onerar tanto o ponto de venda. É um programa piloto, mas sem dúvida vai escalar”, assevera.

O portfólio da Visa contempla 160 moedas fiduciárias. A escolha do novo elemento foi pela USD Coin. Entre os criptoativos pareados ao dólar ela possui a segunda maior em capitalização de mercado (US$ 14,38 bilhões). A liderança continua com a USDT Tether (US$ 53,74 bilhões).

No entendimento da gigante do crédito, há uma maior confiabilidade no lastro desta cripto, em consequência do seu consórcio criador, do qual faz parte a empresa de blockchain Circle e a exchange Coinbase, e a maior segurança nos processos de mineração.

O vice-presidente de Soluções e Inovação da Visa do Brasil é cauteloso sobre a mudança, mas otimista. “Não temos nada contra Bitcoin, não há nada que diga que sim nem que não. Acho que a Visa deu um grande passo ao trazer para dentro de nosso sistema, de 65 mil transações por segundo, uma stable coin…. Hoje não consigo dizer nem que sim, nem que não. Agora é hora de colher os frutos desse piloto, escalar e aprender antes de pensar no segundo passo, senão a gente tropeça”, finaliza.