Os grandes investidores estão ditando regras para várias áreas da indústria de criptografia e conseguiram – de uma forma ou de outra – gerar uma reflexão sobre a mineração de criptografia alimentada por fontes não renováveis, de acordo a Cryptonews.

As preocupações mais comuns são com a chamada ‘pegada de carbono’ do Bitcoin (BTC), pois os mineradores, tanto grandes quanto pequenos, usam muita energia elétrica no processo. O problema é que, em muitos países essa energia é gerada pela queima de combustível fóssil, que causa danos ao meio-ambiente. Esse foi o motivo alegado, por exemplo, para a Tesla anunciar que não venderá mais seus carros elétricos em bitcoin.

Igor Runets, CEO e fundador da BitRiver, um grande provedor de serviços para mineração de criptomoedas na Rússia e em partes da Ásia, observou que países em todo o mundo já estão se movendo em direção à neutralidade de carbono, então era esperado que haja regulamentações desencorajando a mineração criptográfica a partir de fontes não renováveis de energia.

Mudanças drásticas

A Greenidge Generation é uma mineradora de BTC verticalmente integrada e de geração de energia sediada nos Estados Unidos. Seu diretor financeiro (CFO), Tim Rainey, anunciou que a empresa continuará trabalhando com agências regulatórias e governamentais em todos os níveis, uma vez que todos compartilham o objetivo de realizar operações ambientalmente corretas e economicamente vitais.

Como produtor de energia, “a Greenidge é uma das poucas empresas de mineração de criptomoedas com ampla experiência” trabalhando com regulações neste assunto, disse Rainey. Ele lembra que “o algoritmo de mineração Bitcoin força todos os mineradores a buscar a melhor eficiência no uso de energia”.

Em 2017, a Greenidge converteu sua usina de energia a carvão em uma movida a gás natural “mais limpa e ecológica”. Naquele mesmo ano, a BitRiver iniciou seus negócios na “região siberiana rica em energia hidrelétrica” ​​na Rússia – escolhida especificamente devido à crença “de que o futuro da mineração de criptomoedas será movido por energias renováveis”. Além disso, recentemente anunciaram que sua operação de mineração no norte do estado de Nova York será completamente neutra em carbono a partir de 1º de junho deste ano.

Para Rainey, comprometer-se com a mineração sustentável desde o início foi uma “decisão perspicaz”, comprovada pela crescente preocupação entre instituições e investidores em relação à pegada de carbono do Bitcoin.

Essa preocupação elevada, no entanto, era boa para os negócios da BitRiver, explica o CEO, dizendo que “essa mudança não só resultou em uma demanda ainda maior por nossos serviços com operações de baixo carbono, mas também fortaleceu nossa crença no futuro da mineração de criptomoedas.”

A instalação deles tem atualmente mais de 100 MW de potência quando está em plena operação, mas planeja aumentar essa capacidade para 300 MW até o final de 2021. Isso será feito por meio de datacenters que estão atualmente em vários estágios de desenvolvimento, disse Runets.

Além disso, a BitRiver lançou seu próprio token, o BTR, que é apoiado por 100 MW de energia de baixo carbono no datacenter na cidade de Bratsk, na Sibéria. O objetivo do BTR é “acelerar nossos planos e tornar mais fácil para mineradores e investidores ao redor do mundo acessar nossos serviços de mineração de criptomoedas de baixo carbono”, disse o CEO.

Mineração Ethereum

Além disso, há outra mudança esperada no negócio de mineração de criptografia, já que a segunda maior rede por capitalização de mercado, Ethereum (ETH), planeja mudar de seu mecanismo de consenso de prova de trabalho (PoW) atual, usado também pelo Bitcoin, para prova de aposta (PoS).

BitRiver e Greenidge afirmam que isso não afetará seus negócios de forma perceptível. Enquanto a empresa norte-americana tem “uma pequena operação de mineração de teste”, onde extrai uma pequena quantidade de ETH e outros criptoativos, a BitRiver vê uma demanda mais forte por mineração de ETH à medida que a mudança para PoS se aproxima e o Ethereum se torna mais lucrativo do que nunca.