SafeMoon, criptomoeda DeFi lançada em março, tem recebido atenção crescente, muito por conta de suas promessas de que evitará as flutuações extravagantes de preços do Bitcoin, Ethereum e, mais recentemente, Dogecoin.
De acordo com os criadores do token, até agora, mais de 2 milhões de pessoas compraram o SafeMoon, assim ela se tornou um dos maiores projetos da Binance Smart Chain, ocupando a 50.ª posição em valor de mercado.
É verdade que seu preço ainda é uma fração de centavo (US$ 0.000005). Mas pode ser lucrativa, considerando um aumento de 202% no seu preço mês passado, enquanto o valor de muitas criptomoedas sofreu grandes abalos.
Comparado com moedas mais estabelecidas, o SafeMoon tem vantagens. Sua capitalização de mercado encostou em US$ 6 bilhões em cerca de 60 dias. Segundo o CoinMarketCap, a SafeMoon ainda pretende tornar-se uma exchange de tokens não fungíveis (NFT) e ainda atuar em projetos beneficentes e educativos. Isso pode fazer seu preço subir muito no médio prazo.
Os críticos do SafeMoon reclamam que não há informações suficientes sobre ele ou como ele pode ser usado. Mas o SafeMoon se apresenta como opção ao que parece ser um apetite sem fundo por criptomoedas.
O protocolo SafeMoon (SAFEMOON) foi lançado no começo de março de 2021, tendo seu maior mercado na DEX PancakeSwap, exchange descentralizada que mais cresceu este ano, e na exchange Gate.io.
Os criadores do SafeMoon defendem que ela é perfeitamente segura e veio para consertar alguns dos problemas – como a volatilidade dos preços – comuns em outras moedas digitais. Para fazer isso, o SafeMoon desencoraja o day trading de sua moeda e recompensar os detentores de longo prazo cobrando uma taxa de 10% em cada venda.
Metade das taxas cobradas é destinada aos proprietários das criptomoedas, que recebem uma espécie de dividendo na forma de moedas adicionais. “O objetivo aqui é evitar quedas maiores quando as baleias decidirem vender seus tokens mais tarde, o que evita que o preço flutue tanto”, disse SafeMoon ao explicar sua proposta. “Baleia” é o termo usado para investidores que possuem grandes quantidades de moedas digitais.
A SafeMoon também diz que opta por queima manual em vez de queima contínua, momento em que as moedas digitais são propositalmente removidas de circulação. Queimas manuais, de acordo com os criadores, dão ao SafeMoon mais controle sobre o estoque da moeda. Menos oferta enquanto há aumento da demanda aumentaria o preço da moeda.
Quem está por trás do SafeMoon?
SafeMoon é formada por uma equipe de seis líderes. No topo está o CEO John Karony, que, de acordo com seu perfil no LinkedIn, já foi analista no Departamento de Defesa dos EUA. Ele, juntamente com o diretor de tecnologia Thomas Smith, e o gerente da comunidade Trevor Church, estão trabalhando em um estúdio de videogame independente chamado TANO, um acrônimo em inglês para a expressão “tecnicamente uma nova operação”.
Smith passou os últimos dois anos trabalhando com diferentes organizações em blockchain e produtos financeiros descentralizados. O diretor de operações da SafeMoon, Jack Haines-Davies, natural do Reino Unido, lista duas empresas no LinkedIn como seus ex-empregadores: LikeandShare e Ben Phillips Global. Não está claro o que essas empresas fazem.
Quais são os planos do SafeMoon?
Os responsáveis pelo SafeMoon afirmam ter um roteiro para o ano de 2021. No primeiro trimestre, a empresa disse que dobrou o tamanho de sua equipe e iniciou uma campanha de marketing.
O próximo passo é o aplicativo SafeMoon (embora não esteja claro o que ele fará), uma carteira e jogos. A empresa também que planeja explorar a permissão de negociação de sua moeda em bolsas como a Binance, começar a construir sua própria bolsa, expandir sua equipe em 35% e estabelecer um escritório no Reino Unido / Irlanda.
Na segunda metade do ano, planeja concluir seu SafeMoon Exchange e abrir um escritório a África.
O que dizem os críticos?
Os planos grandiosos têm alguns céticos questionando as ambições do SafeMoon, especialmente em relação ao aumento dos preços.
Uma conta do Twitter chamada WarOnRugs (guerra contra os tapetes), que se identifica como um “movimento comunitário de base” que visa expor criptográficos, criticou o SafeMoon no mês passado. “O proprietário detém mais de 50% da liquidez e se recusa a consertá-la”, tuitou a conta.
No final de maio, a empresa de segurança de blockchain HashEx, mostrou que o padrão de tokens BEP-20 da Binance Smart Chain possui muitas falhas. Elas permitiriam que hackers as explorem no SAFEMOON e outros tokens baseados neste padrão.
“Realizamos uma auditoria e descobrimos um total de 12 vulnerabilidades, 2 das quais críticas e 3 de alto risco”, explicou a HashEx.
A resposta da SafeMoon às denúncias foi: “Esses não são problemas que podemos atualizar com um contrato implantado sem um hard fork; fomos informados sobre isso pela Certik. (…) Internamente, temos políticas e procedimentos em torno de como o contrato opera para aliviar o risco de valores incorretos. No entanto, você nunca nos verá modificar taxas ou maxTx. Obrigado pela auditoria, levaremos suas descobertas em consideração se/quando realizarmos um hard fork.”
Com informações de Fortune
