Quando você ouvir que o mercado de criptomoedas “foi pro espaço”, não se assuste. Esse pode ser seu futuro. Em agosto de 2020, SpaceChain realizou a primeira transação de blockchain de multiassinaturas no espaço.

Na ocasião, a empresa – que se define como provedor de infraestrutura descentralizada – enviou cerca de 0,001 BTC (US$ 122) para dois endereços de bitcoin por meio do hardware de blockchain instalado na Estação Espacial Internacional (ISS). A operação teve o apoio da Agência Espacial Europeia (ESA).

Nesta terça-feira (25), a SpaceChain anunciou seus planos de colocar uma série de serviços comerciais em órbita no próximo mês. Serão duas missões a bordo dos foguetes SpaceX Falcon 9. A Space X pertence ao bilionário Elon Musk, um entusiasta das criptomoedas.

O primeiro lançamento, previsto para 3 de junho, ocorre e parceria com a empresa de soluções espaciais Nanoracks. O objetivo é colocar o “nó espacial” da SpaceChain em operação, instalado na Estação Espacial Internacional. Caso funcione, será a primeira demonstração da tecnologia Ethereum no hardware existente da SpaceChain a bordo da ISS.

A iniciativa não a única a testar a possibilidade de levar o ecossistema criptográfico para a estratosfera. No início desta semana, o protocolo Opium Finance de derivados sintéticos de finanças descentralizadas (DeFi) anunciou a parceria com a plataforma de contratos de Acesso ao Mercado Universal UMA. Eles lançaram seguros para a SpaceX usando a Optimistic Oracle.

A SpaceChain disse que ter um nó Ethereum no espaço traz segurança física ás transações em ativos criptográficos. “A segurança das infraestruturas espaciais também garante a independência da operação de contrato Ethereum dos servidores terrestres centralizados, proporcionando uma operação de contrato inteligente mais eficiente e com maiores opções de aplicação”, disse a empresa em comunicado oficial.

Esse nó mais tarde permitirá que o cliente da empresa, o gerente de ativos digitais Nexus, desenvolva recursos adicionais de blockchain para aplicativos de negócios corporativos.

O segundo lançamento, previsto para 24 de junho, permitirá a instalação de nós Bitcoin criados para a troca de criptomoedas Biteeu e Nexus (NXS) em um satélite YAM-2. Essa missão será conduzida por um foguete Falcon 9 no programa Rideshare (carona, em tradução livre) da SpaceX, e operado pela Loft Orbital.

Esses nós habilitarão serviços como uma carteira de hardware Bitcoin, permitindo que a Nexus forneça transações multisassinaturas “ultrasseguras” para clientes e transações bitcoin altamente seguras e backup de dados para o Biteeu.

Uma terceira parte desta missão será um nó para o Divine, um projeto comunitário que aproveita a tecnologia espacial para transmitir os ensinamentos religiosos ao redor do globo.

“As missões de lançamento estão pavimentando o caminho para a comercialização de inovações hospedadas no espaço à medida que vemos mais empresas compartilhando a mesma visão ao alavancar a nova economia espacial para maior segurança e imutabilidade”, disse Zee Zheng, cofundador e CEO da SpaceChain.