Pernambuco teve o primeiro caso de sequestro em que o pagamento do resgate foi pedido em criptomoedas. Felizmente, a Polícia Civil desvendou o caso e indiciou dez pessoas. Chama atenção que a vítima é um empresário do mercado financeiro, sócio de um banco digital que negocia Bitcoin.

O crime ocorreu em 10 de março, em Recife, mas os detalhes da operação foram divulgados somente na última quinta-feira (27) quando o crime foi desvendado.

Segundo as autoridades, o líder da quadrilha é um ex-estagiário da Caixa Econômica Federal, que possui  experiência no mercado financeiro. Não foi divulgado o nome na vítima nem dos sequestradores.

O crime foi cometido no bairro de Boa Viagem, em um prédio que abriga a sede de uma startup de investimentos. O delegado Paulo Berenguer, do Grupo de Operações Especiais de Pernambuco (GOE- DRACCO), explica que os sequestradores “pediram uma quantidade absurda de criptomoedas”, mas não revelou o quanto foi pago.

A polícia comunicou que foram disponibilizadas carteiras digitais falsas para receber o pagamento em Bitcoins. Mas o esquema é mais complexo. “Eles vendem as criptomoedas por um valor abaixo do mercado e começam a negociar dessa forma. Supondo que eles conseguiram o valor de um milhão de reais, por exemplo, eles venderiam por R$ 500 mil na darknet”, conta.

Aparentemente este não foi o primeiro crime desse tipo praticado pela quadrilha. Publicações nas redes sociais dos sequestradores mostram que eles tinham uma vida de ostentação. Após este último sequestro, os criminosos compraram quatro carros de luxo: um BWM 320i, uma Range Rover Evoque, um Toyota Corolla e um EcoSport.

Embora não tenha dado detalhes, o delegado garante que o valor pago pelo resgate será recuperado.