Billy Markus, um dos criadores da criptomoeda meme Dogecoin, usou o Twitter para dizer que a 99,9% das pessoas que compram criptomoedas são idiotas. No comentário polêmico, em resposta ao usuário Ben Royce, ele questionava seus seguidores por que o preço do Bitcoin estava caindo nos últimos dias, mesmo com a cripto líder tendo um suprimento fixo.

A mensagem diz, literalmente, “Eu concordo com a teoria do maior tolo que impulsiona a maioria dos preços das criptomoedas, mas honestamente me pergunto qual porcentagem você acha que qualquer cripto é comprada em contrastando utilidade e teoria do idiota maior. Do meu ponto de vista, é 99,99%.”.

A crítica ao Bitcoin ressalta que a natureza deflacionária da moeda digital é que “deveria” dar valor ao ativo, embora isso nem sempre aconteça, enquanto o Dogecoin é ridicularizado por ter um suprimento infinito. No contexto da conversa pela rede social, é um questionamento critico a todas as criptomoedas.

De fato, o comentário de Markus, colocando 99,99% das compras de criptomoedas como uma idiotice, gerou uma onda de comentários depreciativos, em especial dos que sempre apontaram o Dogecoin como uma fraude.

Entendendo a Teoria

Esse tipo de pensamento, também chamado de “teoria do mais tolo” se popularizou com a primeira grande bolha especulativa da história mundial: a “mania das tulipas” na Holanda, no século 17. Durante um período, houve uma euforia nacional com a compra de tulipas exóticas.

O preço das flores atingiu um patamar tão exorbitante que pessoas chegavam a vender suas casas para investir nelas e criou-se um mercado para futuras vendas, de bulbos não colhidos.

Até que um dia, em 1637, o preço despencou, pois não havia mais interessados em pagar os preços pedidos e isso levou economia holandesa ao caos.

Algo similar ocorreu com a bolha das ‘ponto com’, nos Estados Unidos, no final da década de 1990. O valor de algumas empresas de tecnologia atingiu níveis astronômicos, mesmo elas não tendo uma renda real, para em seguida sofrerem uma desvalorização violenta.

Os exemplos acima mostram que essas “bolhas de consumo” podem envolver ativos diferentes, independentemente da época ou do lugar .

Em linhas gerais, aplica-se a “teoria do idiota maior” à compra irracional de algo a preços absurdos, na esperança de que haja outro comprador, um idiota maior, que pague mais por aquele ativo. Ele faz isso porque acredita que encontrará outro idiota para pagar ainda mais por aquilo, obtendo então lucro.

Essas bolhas financeiras são entendidas pelos economistas como “explosões de irracionalidade”, quando o preço de um ativo aumenta desproporcionalmente, ultrapassando seu valor intrínseco ou essencial.

No caso das criptomoedas, como em todas as vendas no mercado financeiro, há um parcela de verdade. Sabidamente, muitos compram criptomoedas sem entender o real propósito daquilo em que estão investindo.

Um grande percentual de pequenos investidores compram criptomoedas visado unicamente vendê-las mais tarde a um preço maior e assim obter lucro, não  como uma forma de liberdade econômica.

No caso do DOGE, apesar da recente queda, ele ainda mantém um crescimento de + 6.000% desde o início do ano. Para efeito de comparação, o do Bitcoin é + 28%. Embora muitos comentaristas tenham tentado explicar o crescimento fenomenal do DOGE, que atingiu seu pico de valor de mercado (US$ 92 bilhões) no mês passado, é difícil conciliar isso com sua proposta de fornecimento ilimitado de tokens.

O CEO da Galaxy Digital, Mike Novogratz, tentou justificar esse crescimento que desafia a lógica como um “movimento anti-establishment.” Ou seja, o valor da Dogecoin vem da insatisfação das pessoas com o sistema financeiro atual. Seja como for, em meio às controvérsias, seu preço continua crescendo. A pergunta é “até quando”?