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Para muitos, a revolução financeira causada pela criptografia representa uma ameaça para o controle governamental das finanças. Por isso, é comum que países de governo socialista ou comunista, como a China, façam um combate à mineração e utilização das criptomoedas em seu território.

Ao mesmo tempo, diferentes nações já entenderam que o mundo caminha para a aposentadoria do papel-moeda e diferentes bancos centrais trabalham com a possibilidade de emissão de sua própria CBDC (moeda digital de banco central).

Neste momento, a Espanha faz esse debate. Em 8 de junho, um grupo de deputados espanhóis do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) pede apresentaram uma proposta para implantação de uma moeda digital na Zona do Euro. O lançamento do euro digital, acreditam, seria capaz de, entre outras coisas, frear a adoção do bitcoin e criptomoedas em geral, além de outros métodos de pagamento separados do sistema bancário..

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Os parlamentares pedem ao governo do presidente Pedro Sánchez, também do PSOE, que articule junto ao Banco de Espanha, a criação de um grupo de estudos sobre o “euro digital” quer seria um CBDC. Os socialistas pretendem que isso traga “estabilidade financeira” à economia espanhola e à zona do euro como um todo, “e recupere o caráter do dinheiro como um bem público e sob controlo democrático”, noticiou o jornal El Español.

Eles não fazem menção ao fato de o Banco Central Europeu (BCE) já ter anunciado que avalia o lançamento de um euro digital. A adoção mais ampla defendida pelo PSOE geraria mais inclusão financeira e, curiosamente, aponta a necessidade de desaparecimento do papel moeda por conta de “preocupações sanitárias”.

A grande diferença entre moedas digitais públicas e as de domínio privado, como o bitcoin, são a sua aplicação e funcionalidade. Quem conhece o mercado sabe que CBDCs não são o mesmo que criptomoedas, pois um dos princípios fundamentais das redes descentralizadas é que nenhuma pessoa ou instituição tenha mais poder do que outra. As finanças descentralizadas buscam justamente não sofrerem interferência de bancos e governos.