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A decisão do partido comunista da China em negar eletricidade para mineradores de criptomoedas em seu território está forçando as empresas a buscar alternativas. A opção pode ser um país vizinho, onde a energia elétrica é mais barata: o Cazaquistão.

A quinta maior mineradora do mundo, a BIT Mining, cujo pool valide 10.4% dos blocos no blockchain do Bitcoin, já enviou parte de seus equipamentos ao país vizinho. Nessa segunda-feira (21), a empresa sediada na província de Shenzhen anunciou a mudança de um “primeiro lote” com 320 máquinas de mineração de bitcoin. Com um poder computacional de 18,2 petahashes por segundo (PH/s), o equipamento será instalado até domingo (27), explicou a BIT Mining em nota, acrescentando que até dia 1º de julho enviará mais dois lotes, com 2,6 mil máquinas.

O movimento de debandada ocorre após o governo da província de Sichuan, grande núcleo hidrelétrico chinês, fechar, na semana passada, 26 fazendas de mineração de bitcoin, incluindo uma subsidiária da BIT Mining, a Ganzi Changhe Hydropower Consumption Service Co.

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Todas as mineradoras da região tiveram o fornecimento de energia cortado pela Rede Estatal de Sichuan em 19 de junho. Com isso, a BIT Mining perdeu aproximadamente 3% das receitas totais desde maio, quando as novas medidas restritivas do governo começaram. Elas já havia anunciado que está investindo em novas instalações de mineração no estado americano do Texas, mas o preço da eletricidade no Cazaquistão foi um diferencial.

A maioria das mineradoras que agora estão de portas fechadas tinham licença do governo local para operar nas Zonas Industriais de Demonstração de Consumo Hidrelétrico de Sichuan. Embora não tenha anunciado para onde levará seu maquinário, a Shutian Information Technology, fechou as operações na China e busca alternativas. O Cazaquistão é uma possibilidade.

No inicio do mês, a revista Fortune, apontou o retorno financeiro que o Cazaquistão pode ter com a mineração de criptomoedas, devendo atrair várias empresas forçadas a abandonar a China. O país já está atraindo empresas dos Estados Unidos, que apostam na energia barata e baixo custo para construção de novas infraestrutura.

Em nota oficial, a empresa de consultoria e mineração de criptomoedas norte-americana Wattum, formalizou “uma nova parceria com o maior centro de dados de mineração criptográfico do mundo, Enegix LLC, sediado no Cazaquistão. A parceria resultará na construção e operação de uma instalação de 16 MW, a partir de um investimento de 2 milhões de dólares americanos. Com a construção prevista para Julho de 2021, está prevista a construção de uma instalação adicional, acrescentando mais 50 MW aos seus esforços, elevando o total para 8 milhões de dólares”.

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A instalação de 180MW da Enegix em Ekibastuz, afirma ser “o maior centro de dados do mundo”, responsável por mais de 2% da taxa de hash de Bitcoin do mundo quando opera em plena capacidade, que reúne 50.000 plataformas mineradoras.

Centro de dados da Enegix no Cazaquistão