Durante reunião por videoconferência com o Conselho Diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na tarde desta quarta (23), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a moeda digital brasileira, que está em fase de estudo.

Para ele, trata-se de uma nova forma de representação da moeda já emitida pela autoridade monetária. O executivo frisou que ela será distinta dos criptoativos, como o bitcoin, que não têm característica de moeda, mas sim de ativos.

Durante sua fala ao Conselho Diretor da Febraban, destacou que 86% dos bancos centrais do mundo “tem interesse” no tema. Destes, seis fizeram ou estão fazendo projetos piloto de CBDCs e quatro estão envolvidos com “provas de conceito”. E, “ao menos outros 42 estão em estágio exploratório ou de pesquisa”, frisou, ressaltando que essa a posição do Brasil.

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A apresentação do presidente Campos Neto  foi disponibilizada no site do BC. O material destaca que o objetivo da moeda digital emitida pelo governo tem como principais objetivos a inovação e concorrência em uma economia digitalizada, redução do uso de dinheiro em espécie, melhora nos pagamentos transfronteiriços e redução de atividades ilícitas, além de inclusão financeira.

Desde agosto de 2020, o Banco Central trabalha com um grupo de estudo sobre a emissão de um “real digital”, mas não há previsão de lançamento. Conforme admitiu agora Campos Neto, o Brasil acompanha de perto a crescente tendência mundial de emissão dessas moedas digitas. O projeto brasileiro deve demorar ainda dois ou três anos para ser conhecido do público.

A moeda digital em estudo pelo BC possui lastro no real, aproximando-se mais do conceito de stablecoins. O objetivo é que ela seja aceita em transações de pagamento, como uma versão eletrônica do real. O objetivo do governo brasileiro é que esse futuro “real digital” seja apenas um complemento ao dinheiro em espécie que  utilizamos.