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Ma manhã desta segunda-feira (5), a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária e 22 mandados de busca e apreensão, como parta da operação que desarticulou uma organização criminosa, suspeita de ter desviado mais de R$ 1,5 bilhão. Os integrantes da quadrilha teriam dados golpe com promessa de investimentos em criptomoedas.

A operação Daemon, que acontece em Curitiba e região metropolitana, tem como alvo três corretoras de criptomoedas, mas que não tiveram seus nomes divulgados. Segundo as investigações, durante dois anos elas atuaram na legalidade, até que, em 2019, os saques dos investidores foram bloqueados. A alegação era um suposto ataque cibernético, algo que não foi confirmado pela polícia.

A Polícia Federal identificou indícios da prática de pirâmide financeira. Além de grandes valores em dinheiro, foram apreendidos carros de luxo em casas de luxo, que pertenceriam aos organizadores do esquema e participantes.

Investigadas desde 2019

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As investigações tiveram início em 2019, quando a Polícia Civil do Paraná recebeu várias denúncias sobre golpes envolvendo a compra e venda de criptomoedas.

Fazendo grandes investimentos em estratégias de marketing, promovendo a imagem de sucesso do grupo, com exibição de posses e bens de luxo, além da realização de grandes eventos, as corretoras conseguiram rapidamente atrair muitos clientes para que investissem nas plataformas do mesmo grupo fraudulento.

Nas investigações do suposto ataque cibernético contra as contas do grupo, a Polícia Civil identificou que os suspeitos recusaram-se a fornecer as informações e documentos necessários para o desfecho da apuração, enquanto continuavam prometendo aos clientes lesados o ressarcimento, dos valores perdidos, mas de forma parcelada.

Contudo, eles não quitaram os débitos pendentes, alegando que as investigações para a apuração do ataque cibernético não haviam sido concluídas.

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No início do ano passado, constatou-se que o grupo responsável pelas corretoras não possuía registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com isso, o caso passou a ser competência da Justiça Federal, que acionou a Polícia Federal para apurar a possível prática de crime contra o sistema financeiro nacional e os demais conexos.

Ao final das investigações, os suspeitos podem responder por crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, além de estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa. Foi identificado que líder do grupo empresarial possui condenação na Suíça por estelionato e falsificação de documentos.

Como funcionava o esquema

A Polícia Federal revela que os investigados desviavam os valores depositados nas plataformas virtuais das corretoras do grupo, tanto depósitos bancários para comprar como transferência de criptomoedas. Os valores,  em grande parte, iam para as contas do líder do Grupo Bitcoin Banco (GBB). identificado como Cláudio Oliveira, que se apresentava como “Rei do Bitcoin.” Sua esposa e de outros investigados também receberam parte do dinheiro.

As corretoras criaram um mecanismo que mostravam os valores movimentados, mas que não correspondiam à realidade. Os clientes podiam acompanhar nas plataformas seus investimentos, acreditando que obtinham lucros diários. O dinheiro injetado por novos clientes do sistema de pirâmide mantinha os eventuais saques. Contudo depois de 2019, com o bloqueio do sistema, ninguém mais conseguiu acessar os valores.