Desde seu surgimento, em janeiro de 2009, a Bitcoin tem atraído uma legião de seguidores, reunindo uma base  fiel de entusiastas, mas os críticos também se multiplicaram. Uma boa prova disso é que a principal criptomoeda já foi declarada “morta” pelo menos 423 vezes.

O site 99 Bitcoins mantém uma lista atualizada desde 2010, indicando toda vez que alguém afirma que o BTC “morreu”. Somente em 2021 foram  30 vezes. A mais recente foi na segunda semana de julho, quando Nassim Nicholas Taleb, estatístico, e analista de riscos, famoso pelo seu livro “Antifrágil”, decretou que “o bitcoin falhou como moeda, meio de pagamento, reserva de valor, proteção contra a inflação e vale “exatamente zero”.

A lista do 99 Bitcoins foi iniciada em 2010, quando a “morte” do bitcoin foi decretada pela primeira vez, quando tinha apenas um ano de idade. Na ocasião, o BTC valia apenas US$ 0,23, quando o portal Underground Economist tentava explicar por que o cripto ativo não poderia ser considerado uma moeda de verdade. Sim, essa é uma questão que persiste até hoje.

Curiosamente, foi em 2017, quando o BTC pulou de cerca de US$ 820 para US$ 17.000, que o ativo digital recebeu mais “atestados de óbito”, totalizando 124.

A criptomoeda líder, que em 14 de abril 2021 chegou a valer mais de US$64 mil, já foi chamada de “maior pirâmide financeira da história” em artigo do acadêmico de tecnologia Vivek Wadhwa, que o classificou de  “vazio e especulativo”.

A queda livre do preço em 2018 também fez os detratores declararam a morte do ativo digital 93 vezes, entre eles um longo artigo da Forbes, que classificou a moeda digital de “ridícula”. Três anos depois, a prestigiada revista financeira tem uma página de sua versão digital dedicada a artigos sobre criptomoedas e blockchain.

Ao longo de 2020, em plana pandemia, quando muito se questionou sobre os rumos da economia mundial, foram só 14 declarações de morte do bitcoin. Alheio às críticas, a tendência altista continuou na maior parte do ano passado.

Com alta volatilidade nos últimos dois meses, lutando para sair da faixa dos US$ 30 mil, as apostas sobre seu futuro próximo vão desde “bolha” prestes a estourar, que levaria seu preço para perto de zero até investidores que acreditem num valor maior que os 100 mil dólares por unidade. Somente o tempo poderá mostrar quantas “mortes” o bitcoin ainda vai enfrentar.