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Diante da persistente – e cada vez mais forte – pressão inflacionária, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a Selic em um ponto percentual, para 5,25%, após os dois dias de reunião que se encerram nesta quarta-feira (4).

Essa visão é compartilhada por diversos economistas, que nos últimos dias passaram a revisar projeções, elevando, inclusive, as perspectivas para a taxa básica de juros no fim deste ano, que agora variam bastante, entre 6,75% e 8%, ou seja, pode superar o nível considerado neutro, em que a taxa nem estimula nem contrai a economia, e que hoje é visto em 6,5%.

Para os analistas da XP, os dados analisados pelos membros do Copom mostrarão uma piora na perspectiva de inflação e no balanço de riscos no horizonte relevante de política monetária.

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“Em comparação com o Copom passado, os principais pontos foram a interrupção da tendência de apreciação cambial, o aumento das projeções de PIB para este ano e a inflação corrente ainda pressionada (acima daquela projetada pelo Copom)”, afirmam.

Roberto Secemski, economista para Brasil do Barclays, lembra que o Copom chegou a discutir um aumento mais forte do que 0,75 ponto em junho, mas preferiu seguir o ritmo em vigor desde março e observar o comportamento dos dados, especialmente de componentes mais qualitativos da inflação, como os preços de serviços. Nesse sentido, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgado no último dia 23 de julho, mostrou “piora qualitativa”, avalia.

Na última reunião do Copom, as projeções para a inflação no cenário base eram de 5,8% para 2021 e 3,5% para 2022. Desde então, porém, o cenário mudou, o que deve refletir nas projeções para a inflação no cenário base do Banco Central.