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A maior bolsa de criptomoedas do mundo, Binance, anunciou nesta sexta-feira (6), que não oferecerá mais contratos de futuros e opções de criptografia para usuários em Hong Kong.

A decisão, com efeito imediato, impede novos usuários residentes em Hong Kong de abrir contas na Binance para negociar derivados de criptografia. Em relação aos usuários existentes, a Binance informou que anunciará uma data posterior, a partir da qual, os usuários residentes no país terão 90 dias para encerrar suas posições em aberto.

“Binance será a primeira grande exchange de ativos digitais e criptomoedas a restringir proativamente o acesso a produtos derivados para usuários de Hong Kong”, disse a empresa em comunicado.

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A mudança de posição vem uma semana depois que a Binance encerrou as ofertas de negociação de derivativos para três países europeus: Alemanha, Itália e Holanda. Na época, a plataforma explicou que reduzirá gradualmente a oferta em toda a região europeia.

Recentemente, também encerrou sua oferta de negociação de tokens acionários em meio a investigações  regulatórias em todo o mundo. Órgãos governamentais dos Estados Unidos, Reino Unido, Hong Kong, Itália, Japão, Tailândia, Polônia e Ilhas Cayman recentemente emitiram avisos ou agiram contra a exchange, por operar sem licença.

Em sua defesa, a Binance disse que está comprometida em adotar medidas para entrar em conformidade com as legislações locais.

O CEO da empresa, Changpeng “CZ” Zhao, postou uma nota em sua conta no Twitter, dizendo que a Binance está “mudando de conformidade reativa para conformidade proativa”.

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Zhao disse recentemente que o espaço criptográfico já está “relativamente regulamentado” e disse que a Binance precisa fazer um “grande pivô de uma startup de tecnologia para uma empresa de serviços financeiros”.

O CEO insiste que a exchange está procurando estabelecer sedes físicas em várias jurisdições. Até agora, a Binance afirma ter operado de forma “descentralizada”. Outro anúncio é que a plataforma está aberta à ideia de ter um novo CEO, com um “histórico regulatório muito forte”.

Renúncia do CEO dos EUA

Poucas horas depois do anúncio sobre Hong Kong, Zhao voltou às redes sociais para anunciar que o CEO da Binance nos Estados Unidos, Brian Brooks, renunciou.

Ele sai do cargo apenas quatro meses após ingressar na franquia americana. No tuite, escreveu: “Apesar das diferenças sobre a direção estratégica, desejo muito sucesso aos meus ex-colegas. Coisas novas e empolgantes que estão por vir!”.

Brooks assumiu o cargo em 7 de maio, após ter um papel altamente produtivo como o Controlador da Moeda, onde supervisionou o processo federal norte-americano que emitiu o primeiro alvará bancário nacional para uma empresa de criptomoeda, a Anchorage Digital.

Foi ele quem forneceu orientação interpretativa, abrindo o caminho para os bancos manterem as garantias que sustentam as stablecoins e participarem da compensação e liquidação de transações baseadas em blockchain.

Em entrevista à Forbes, ele expôs uma visão ampla para Binance.US que iria muito além de operar uma bolsa de criptomoedas. “O negócio de câmbio não é um negócio lucrativo de longo prazo”.

Ele também destacou os esforços que faria para criar ainda mais independência da Binance.US, como adicionar outros membros norte-americanos ao corpo diretor de 3 pessoas e observou que a empresa estava no meio de uma “impressionante” rodada de arrecadação de fundos. 

Não foram dados detalhes de sua saída inesperada, mas parte do mercado entende que a plataforma enfrenta uma crise administrativa e jurídica.