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O Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira (15) novas regras que obrigam os bancos a incorporar riscos relacionados às mudanças climáticas, como secas, inundações e incêndios florestais em seus testes de estresse, a partir de julho de 2022.

O diretor do banco central, Otavio Damaso, disse que a nova regulamentação visa evitar uma potencial instabilidade financeira decorrente de riscos relacionados ao clima. No entanto, por enquanto, o banco central não exigirá capital adicional para cobrir os riscos potenciais relacionados às mudanças climáticas, deixando essa decisão para os bancos.

A medida coloca o banco central do Brasil entre as crescentes fileiras de reguladores financeiros que exigem dos bancos ações relacionadas ao clima. Alguns países, incluindo França e Holanda, já lançaram testes de estresse incorporando riscos relacionados às mudanças climáticas, e muitos outros estão em preparação, de acordo com o Instituto de Estabilidade Financeira.

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O banco central do Brasil não está proibindo os credores de conceder quaisquer empréstimos, mas a análise de risco relacionada às mudanças climáticas pode tornar as linhas de crédito mais caras para certas empresas e setores se os bancos acharem necessário alocar mais capital para assumir os riscos que identificaram.

Em abril de 2022, o regulador planeja lançar seus próprios testes de estresse para riscos relacionados às mudanças climáticas, incorporando todos os bancos sob os mesmos critérios de risco.

O regulador também tornou obrigatório para os bancos divulgarem informações relacionadas ao clima como parte dos relatórios financeiros até julho de 2022, de acordo com a Força-tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima, criada pelas diretrizes do Conselho de Estabilidade Financeira do G20.

O banco central também anunciou regras que proíbem empréstimos rurais para projetos em terras indígenas ou em certas áreas do bioma amazônico. No entanto, atrasou a criação de um selo de “empréstimo sustentável” para projetos que seguem as melhores práticas ambientais.

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O diretor do Banco Central, Claudio Figueiras, disse que o regulador ainda discute esse marco com o setor do agronegócio, que tem criticado as regras propostas. Em comentários enviados ao banco central em maio, alguns grupos de lobby disseram que a regulamentação poderia prejudicar o financiamento vital. (Fonte: Reuters)