Depois que El Salvador fez história, no início deste ano, ao aceitar o bitcoin como moeda legal, continua crescendo o número de países que pretende seguir essa tendência. Segundo a agência de notícias Associated Press, o Banco Central de Cuba deseja estabelecer regras para regulamentar o uso de ativos digitais na ilha, além de emitir licenças para fornecedores de serviços de criptomoedas.

A declaração publicada no diário oficial do governo cubano explica que isso se dá por “razões de interesses socioeconômicos”. O texto refere´se “à representação digital de valor”, que podem ser negociados ou utilizados para pagamentos. Nesse sentido, Cuba acompanha a Venezuela, outro regime ditatorial que busca na criptografia uma maneira de tentar frear o caos econômico do país e a constante desvalorização do seu seu dinheiro. Por enquanto, os venezuelanos não viram nenhum resultado prático da medida e a Petros, criptomoeda estatal lastreada em petróleo, mostrou-se um fracasso.

Alguns especialistas apontam que a decisão pode ser uma estratégia para facilitar o envio de remessas dos Estados Unidos para Cuba, algo que muitos imigrantes fazem com regularidade. No caso das criptomoedas, não haveria nenhum tipo de controle das autoridades americanas, que no governo de Donald Trump impôs sanções às remessas monetárias. No caso de El Salvador, o governo lançou sua própria wallet de cripto, para facilitar as transações financeiras de imigrantes para parentes no país.

Desde maio deste ano há notícias que o presidente Miguel Díaz Canel estava trabalhando com outras autoridades no país para adotar criptomoedas para superar a instabilidade financeira, que se intensificou após a pandemia.

Agora, o Banco Central de Cuba possui legitimidade para formalizar as regras de adoção das criptomoedas e deve estimular exchanges a começarem suas operações na ilha. Contudo, não há previsão de quando isso deve acontecer.