Embora em todo mundo criptomoeda seja frequentemente sinônimo de bitcoin, a tecnologia blockchain e a emissão de moedas digitais não é exclusividade da América do Norte. Em terras brasileiras já existe uma série de projetos inovadores.
Sim, várias criptomoedas “made in Brazil” já surgiram e desapareceram sem oferecer as mesmas vantagens dos tokens mais famosos, porém existem iniciativas nacionais que conseguiram seu lugar ao sol nesse mercado utracompetitivo, que já disponibiliza mais de 10 mil criptomoedas em todo o planeta.
Vale lembrar que o foco da maioria dessas iniciativas é conquistar seu espaço no mercado global, por isso muitos dos sites estão em inglês. Abaixo, listamos algumas das mais promissoras, em ordem alfabética, não de importância.
Lembrando que o Criptoprime não endossa a compra de nenhuma delas, apenas registra sua existência.
Bitblocks (BBK)
A Bitblocks surgiu em 2018 e inicialmente dedicava-se ao desenvolvimento de jogos e entretenimento, oferecendo também opções de pagamentos. A criptomoeda utiliza a tecnologia Masternode, baseada em uma estrutura de recompensas e por isso praticamente não há taxa de transação.
Segundo o site oficial, “a rede Bitblocks foi construída para reformular seus apoiadores de rede por meio de recompensas em bloco (Recompensa Staking / Masternode). Ao utilizar esta Rede de Provas de Trabalho, a BitBlocks é capaz de fornecer taxas de transação quase nulas para cada uma delas (…) seu investimento real é mantido em seu bolso, ao contrário de ser gasto com o envio de moedas de uma carteira para outra.
Um dos atrativos do Bitblocks é a importância da privacidade, uma vez que as transações podem ser feitas no modo privado (anônimo). O BLU também entrou no mundo das finanças descentralizadas (DeFi) oferecendo o BBKFI, token de recompensa de farming na rede Binance Smart Chain.
Sua capitalização de mercado na data desta publicação é de R$3,030,633.
Blue (BLU)
Lançada em 2018 pelo empresário brasileiro Rocelo Lopes, o BLU é baseado na blockchain NEM e afirma ser um token digital que permite “armazenar 14 criptomodas de uma só vez”. Que o detém recebe “uma percentagem equivalente das melhores criptomoedas do mercado”.
Segundo seu site oficial “O BLUE não paga dividendos, nem promete retornos. Seu preço varia de acordo com essas [14] criptomoedas. de criptoativos”.
Portanto, o BLU funciona como uma espécie de fundo de investimento, onde o investidor tem acesso à cesta de criptoativos, podendo optar pelo resgate de uma moeda ou várias. Existe um tempo mínimo exigido pela plataforma para a negociação e o pagamento pela venda é com outras criptomoedas, como o Bitcoin, RAS e Ethereum.
B2U (B2U)
A B2U Coin (B2U) começou a ser comercializada em setembro de 2020. Ela funciona dentro de um ecossistema que envolve o B2U Bank, incluindo os serviços banco digital, cartões de crédito, débito e opção de aplicações financeiras.
O site oficial explica que ela “dá descontos em uma das maiores exchanges e ainda te permite pagar boletos, contas, recarregar celular, comprar créditos para o Uber e iFood”. A proposta é ser uma criptomoeda “com transferências instantâneas e sem taxas”, que o usuário pode utilizar para comprar online e no comércio através da B2U Pay.
Existe ainda a opção de minerar esta cripto através do celular ou computador. A moeda digital brazuca está buscando a migração para uma blockchain própria, com protocolo de mineração Proof of Stake (PoS).
Hathor (HTR)
A Hathor (HTR) foi lançada este ano e vem chamando atenção no mercado de criptomoedas, por buscar um processo mais simplificado de produção de tokens e sua capacidade de realizar milhões de transações por segundo.
Notícia em vários sites especializados, um de seus atrativos resolver o problema das altas custo das transações, utilizando uma blockchain híbrida, que mistura prova de trabalho com DAG, oferecendo uma rede sem cobrança de taxas.
No final de 2020 seu blockchain passou em todos os testes necessários para entrar numa exchange grande do tipo Tier 1. Acabou sendo aceita pela KuCoin, oitava exchange do mundo em volume, sediada em Cingapura. Isso fez seu preço disparar e sua capitalização de mercado na data desta publicação é de R$391,374,203.
Lunes (LUNES)
Lançada em 2018, a Lunes afirmar ser “a maior criptomoeda da América Latina”. Segundo o site oficial, ela foi desenvolvida “usando soluções inovadoras, de forma descentralizada e com total transparência, buscando solidez, adesão massiva, transações rápidas e baratas. A Lunes possui uma blockchain com tecnologia NG (Next Generation), open-source e colaborativo”.
Ela utiliza o proof-of-stake (PoS) como protocolo de consenso e seu funcionamento baseia-se no mecanismo de transferências ponto a ponto (P2P), garantindo transações rápidas e seguras.
A Lunes também funciona como uma carteira, permitindo o armazenamento de outras moedas digitais. A plataforma com maior volume de negociação de Lunes no mercado é a Stex, sediada na Estônia, que possui mais de 300 mil clientes ao redor do mundo. Cobrando uma taxa de 0,2%, oferece a Lunes para compra no par com ETH.
Sua capitalização de mercado na data desta publicação é de R$11,945,763.
Moeda Semente (MDA)
Criada em 2017, a Moeda Semente ou Moeda Seeds (MDA) oferece soluções tecnológicas de pagamento e em um marketplace blockchain que enfatiza a agricultura familiar. Foi o único projeto brasileiro selecionado pelo programa de aceleração da Mastercard.
O site oficial explica que o MDA é “um token erc20 desenvolvido no protocolo da ethereum”. O destaque da MDA é o fato de já ser negociada nas principais exchanges do mundo, incluindo a Binance. No Brasil, pode ser negociada diretamente no aplicativo MoedaPay. Ela também investiu no DeFi, lançando a plataforma Moeda.Finance, que oferece o token SEED na Binance Smart Chain como recompensa para quem faz staking de sua criptomoeda proprietária.
Merece atenção ela afirmar que deseja “usar a blockchain para causar impacto social”. Sua idealizadora, a engenheira de software Taynaah Reis conta que se inspirou em sua experiência familiar com cooperativas de agricultores, aldeias e quilombos, em especial os grupos liderados por mulheres. Elas tinham dificuldade em conseguir capital de giro, equipamentos e ter acesso a crédito e ao capital estrangeiro.
Esse foco no social inspirou Taynaah a lançar no mesmo ecossistema uma segunda criptomoeda, chamada MDABRL. A proposta é que quando alguém investe nos Projetos do Programa de Aceleração Moeda Semente, “o sistema automaticamente converte o valor para MDABRL” e “ao final de cada investimento, o usuário também recebe seu bônus em MDABRL; nesse momento pode escolher entre aplicá-los diretamente em outro Projeto Semente ou convertê-los para MDA”.
MOSS (MCO2)
A MOSS tem um objetivo ambicioso, salvar a Amazônia oferecendo a tokenização de créditos de carbono. Seu token proprietário reflete isso, sendo chamado de MCO2. Para quem lembra das aulas de química, CO² é a fórmula para dióxido de carbono.
Esse crédito permite compensar pegada de carbono em atividades que emitem muitos poluentes. O projeto se autodenomina o “primeiro ativo digital verde do mundo” e parte dos lucros serão utilizados em projetos de reflorestamento da Amazônia.
A preocupação de impacto ambiental é corrente quando se fala em mercado critpo. A MCO2 quer mudar o jogo, apostando que uma coisa não anula a outra. No ano passado, a oferta de créditos de carbono de qualidade já era menor que a demanda, segundo pesquisa da Taskforce on Scaling Voluntary Carbon Markets (TSVCM) – grupo composto por mais de 40 líderes de seis continentes com experiência no mercado de carbono. A consultoria Mckinsey avalia que o tamanho do mercado de créditos de carbono ultrapasse os US$ 50 bilhões em 2030.
Só pra esclarecer, um crédito de carbono é um ativo imaterial que equivale a evitar a emissão de 1 tonelada de CO² em um determinado ano por meio de projetos de conservação de florestas, reflorestamento de áreas devastadas, energia limpa, biomassa, entre outros. O site oficial ressalta que a Moss e seus clientes já enviaram à Amazônia mais de 10 milhões de dólares, que serviram para preservar 730 milhões de árvores.
Atualmente, a MCO2 é negociada em exchanges como IDEX, UNISWAP e PROBIT, além das brasileiras Mercado Bitcoin e FlowBTC. Em tempo, não confunda o ativo digital brasileiro com a MOSS Coin (MOC).
WiBX (WBX)
Autodenominada “a primeira criptomoeda do Brasil”, a WiBX foi criada em 2015, sendo inicialmente um programa de recompensas. Porém, dois anos depois, adotou a tecnologia blockchain e desenvolveu o WBX, um um token de utilidade com usabilidade no varejo. Ela possui um convênio de pesquisa e desenvolvimento junto ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), uma das instituições mais prestigiadas do país.
O token promove um programa de marketing, promovendo a fidelização entre empresas e seus consumidores. A proposta da startup Wiboo, responsável pelo WiBX é utilizar a tecnologia de blockchain para converter “curtidas” nos anúncios de parceiros em dinheiro e/ou produtos para os consumidores.
A WiBX ja realizou sua oferta inicial de moedas (ICO) e está listada no Mercado Bitcoin, uma das principais corretoras da América Latina.
Xiglute (XGC)
Segundo o site oficial, a rede social xiglute.com tem mais de 20 milhões de usuários. Criado em 2012, num ecossistema idealizado pelo empresário Dario Candido, a mídia social tornou-se conhecida por reunir atrativos, como jogos, filmes online, amigos ilimitados e entrega de conteúdo para os seguidores de cada perfil. O diferencial é a remuneração dos usuários de acordo com seu grau de engajamento. O aplicativo de celular Xiglute Network oferece tradução para 70 idiomas e está disponível para usuários do mundo todo.
Em maio de 2021, lançou a criptomoeda a Xiglute Coin (XGC), que vale hoje) US$ 0,00000271. Sediado em Uberlândia, Minas Gerais, a empresa criadora do token oferece vantagens aos traders brasileiros, como a compra por intermédio do PIX.
ZCore (ZCR)
A ZCore é uma dos protocolos de criptografia mais bem estruturados do país, sendo responsável pela criptomoeda ZCR e pelo token ZCRT, além de oferecer o ZCorePay, sua carteira digital de criptomoedas.
Segundo o site oficial, ela utiliza o sistema Masternode para recompensar investidores, integrado a uma plataforma de hospedagens para Masternodes de outros projetos. O projeto aposta na usabilidade com seu aplicativo no celular que além das criptomoedas, oferece a possibilidade de pagar boletos e fazer recargas de celular. A promessa é que irá lançar, em breve, seu próprio cartão cripto.
Este ano ela lançou a ZCore Finance, um plataforma que usa o token ZEFI. Com sua adesão à Beefy Finance, chegou a atingir quase US$ 7 milhões em valor total bloqueado (TVL). Isso faz dela o projeto brasileiro mais bem-sucedido na história do setor de finanças descentralizadas (DeFi).
O token ZEFI é uma recompensa para os pools de liquidez da exchange descentralizada PancakeSwap, a principal DEX da Binance Smart Chain. A maioria dos tokens de pools de liquidez são oferecidos em recompensas maiores e não são negociados nas principais exchanges globais.
Seu protocolo realiza a queima de tokens para evitar a inflação, o que fez com que o projeto fosse destaque no CoinMarketCap. Outra aposta da ZCore é o ZBoost (ZBO), um token que visa aumentar a capacidade de queima do ZEFI.
Outras criptomoedas “made in Brazil”
- AUCTUS
- braz.io
- Crafty – CFTY
- Criptoreal – CRS
- Epacoin – EPC
- MarketCash
- MarteXcoin – MXT
- Niobium – NBC
- Plataforma Lunes – LNS
- RippedCoin