Após medidas restritivas do governo chinês à mineração de criptomoedas, agora o Irã anuncia proibição da atividade até 22 de setembro, quando acaba o verão no hemisfério norte. As informações são da Reuters.

O presidente iraniano Hassan Rouhani proibiu a mineração de moedas digitais nos próximos quatro meses porque isso “sobrecarrega” a rede elétrica nacional.

“A mineração autorizada de criptomoedas não consome muita eletricidade e precisa de apenas 300 megawatts”, disse Rouhani. Mas os mineradores não autorizados “consomem muita eletricidade; cerca de 2.000 megawatts”.

O país passa por uma fase de falta de chuva que reduziu drasticamente a produção das usinas hidrelétricas.
Sabidamente, mais de 85% da atividade de mineração de criptografia em território iraniano não é licenciada.

Portanto, a proibição inclui todos, incluindo os autorizados, mas, de acordo com a agência de notícias Bloomberg, essa proibição pode empurrá-los para o mercado negro.

A empresa de análise Elliptic estima que o Irã abriga 4,5% de toda a mineração de Bitcoin (BTC). Dada a alta porcentagem, as autoridades culparam a popularidade da criptografia e sua mineração pelos apagões que ocorrem no país, junto com a seca e o aumento de demanda.

Grande parte da mineração de moedas virtuais que acontece no país não tem autorização do governo, que criou uma regulamentação para a atividade em 2019. Curiosamente, é a energia elétrica barata que atrai cada vez mais mineradores de outros países para a região. Isso resultou na multiplicação de operadores “não autorizados”.

Não é a primeira ação do regime contra o mercado. Em outubro do ano passado, o Irã disse que as criptomoedas legalmente geradas por lá “só serão trocadas quando forem usadas para financiar importações de outros países”.

Recentemente, foi relatado que o país teria recrutado a ajuda de funcionários da inteligência para rastrear fazendas – instalações com uma grande concentração de computadores – de criptomoedas ilegais, com o Ministério da Inteligência ajudando a criar comitês para encontrar e apreender essas fazendas.

Além disso, o governo pagará uma recompensa para os cidadãos que denunciarem essas atividades. O prêmio é de US$ 873 (R$ 4,6 mil), valor sete vezes maior do que o salário mínimo.