Duas vezes mais startups europeias alcançaram o status de “unicórnio” em 2021 em comparação com o ano passado. Apesar dos efeitos negativos da crise causada pela covid-19, as empresas jovens no Velho Continente, incluindo vários criptounicórnios, conseguiram atrair uma quantidade recorde de capital de risco.

No primeiro semestre de 2021, foram 23 empresas na Europa e em Israel recebendo o status de unicórnios. Segundo a empresa de dados financeiros e software Pitchbook, superou em muito as oito do ano passado. O termo unicórnio, usado para descrever startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, foi cunhado pela capitalista de risco e investidor-anjo Aileen Lee em 2013. Ele remete à raridade de tais empreendimentos de sucesso.

Essas startups europeias conseguiram atrair impressionantes € 32,5 bilhões (cerca de R$ 197,3 bilhões) desde o início de 2021. A entrada de capital deste ano deve ultrapassar facilmente os € 37,6 bilhões arrecadados em todo o ano de 2020.

O que chama atenção dos analistas é o número de startups de criptografia nessa lista. O Reino Unido é responsável pela maioria dos unicórnios, como a Blockchain.com, sediada em Londres, atualmente avaliada em US$ 5,2 bilhões (cerca de R$ 25 bi).

A Alemanha também se destaca com a Scalable Capital, avaliada na semana passada em US $ 1,4 bilhão (cerca de R$ 7,5 bi), após o investimento pesado da gigante chinesa de tecnologia Tencent. A startup francesa de segurança criptográfica Ledger se tornou a última a se juntar ao grupo com US $ 380 milhões em novos financiamentos na semana passada.

Atualmente, a Europa é o lar de quase 12% dos unicórnios do mundo, com mais de 50 empresas ativas, revelaram os dados do levantamento. O capital atraído por essas elas cresceu continuamente nos últimos cinco anos e espera-se que o total de 2021 atinja um recorde.

O aumento do número de empresas relacionadas à criptografia nessas listas é importante porque mostra a força desse novo mercado. Vários projetos de criptomoedas são unicórnios na América do Norte, berço desse ecossistema, mas já há empresas com o mesmo perfil surgindo na Ásia há um tempo e agora parece se consolidar na Europa.

Pelo seu caráter inovador, a área de criptomoedas revela-se promissora para o surgimento de negócios na área de tecnologia. Mas ser unicórnio já é uma tarefa difícil para empreendimentos de outros segmentos, alcançar esse objetivo com criptomoedas é algo que demanda muito esforço. Portanto, as notícia vindas da Europa injetam ânimo no mercado cripto.

Por aqui ainda temos um longo caminho a percorrer. Para efeitos de comparação, segundo dados da Associação Brasileira de Startups, entre mais de 12.700 startups brasileiras, menos de 20 são unicórnios (PagSeguro, 99, Stone Pagamentos, Ebanx, Arco Educação, Movile, Quinto Andar, Nubank, Loggi, iFood, Gympass, Loft, Vtex, C6 Bank, Creditas, MadeirAmadeira, Hotmart e Wild Life Studios). Dessas, apenas duas negociam criptomoedas, C6 Bank e  Nubank, após a aquisição da EasyInvest.