Nesta quinta-feira (23) a Comissão Europeia apresentou uma nova proposta para criar uma entrada de carregamento comum para todos os telefones celulares, tabletes e fones de ouvido. Essa seria uma inovação mundial, com a mudança impactando principalmente a fabricante do iPhone Apple.
A mudança levou mais de 10 anos para ser feita, com o executivo da União Europeia promovendo benefícios ambientais e 250 milhões de euros (US$ 293 milhões) em economia anual para os usuários.
De acordo com a proposta da Comissão, um conector USB-C se tornará a porta padrão para todos os smartphones, tablets, câmeras, fones de ouvido, alto-falantes portáteis e consoles de videogame portáteis. Os carregadores também serão vendidos separadamente dos dispositivos eletrônicos.
O executivo da UE revisará sua regulamentação de eco-design para que a fonte de alimentação externa seja capaz de operar em todos os sistemas, que é a última etapa para uma cobrança comum.
A Comissão disse que não tinha como alvo a Apple e só agiu porque as empresas não conseguiram chegar a um acordo sobre uma solução comum, apesar de uma década de negociações, que reduziram o número de carregadores de celulares de 30 para três.
A Apple recuou contra a proposta.
“Continuamos preocupados com o fato de que uma regulamentação rígida que exige apenas um tipo de conector sufoca a inovação em vez de encorajá-la, o que, por sua vez, prejudicará os consumidores na Europa e em todo o mundo”, disse a empresa em um comunicado.
Também expressou preocupações sobre o período de transição de 24 meses para que as empresas cumpram a legislação uma vez que ela seja adotada.
Os usuários de iPhone e Android reclamam há muito tempo por terem de usar carregadores diferentes para seus telefones. O primeiro é carregado a partir de um cabo Lightning, enquanto os dispositivos baseados em Android são carregados usando conectores USB-C.
Metade dos carregadores vendidos com telefones celulares em 2018 tinha um conector USB micro-B, enquanto 29% tinham um conector USB-C e 21% um conector Lightning, de acordo com um estudo da Comissão de 2019.
A proposta precisa ser aprovada pelos estados membros da UE e legisladores, após a aprovação as empresas terão dois anos para adaptar seus dispositivos. (Fonte: Reuters)