As constantes pressões para mudanças no sistema de mineração de criptomoedas, acusadas de serem prejudiciais ao meio ambiente, estão gerando uma lenta mas importante mudança no ecossistema da criptografia.
No início de agosto, a empresa de mineração Bitfarms compartilhou relatório de produção de bitcoin, incluindo o uso de energia e a estratégia HODL da empresa. A empresa extraiu cerca de 13 BTC por dia com 99% de “energia limpa” ou renovável.
Ao todo, a Bitfarms extraiu 391 novos bitcoins ao longo julho de 2021, com a taxa de produção mais significativa da empresa no ano e aproximadamente 96% maior do que sua produção de mineração em janeiro de 2021. Nos primeiros sete meses de 2021, a empresa extraiu um total agregado de 1.748 bitcoin. Ela está em franco crescimento, tendo começado a negociar suas ações na bolsa Nasdaq.
O anúncio é importante porque pode estar marcando uma nova etapa na mineração mundial. Recentemente, as repressões do governo chinês resultaram no fechamento ou mudança de país de uma série de mineradoras. A China ainda responde por mais da metade das criptomoedas mineradas no mundo. Mas a mudança não foi apenas no local dos equipamento.
A Bitfarms destaca que, após os problemas que enfrentou em solo chinês, atualizou seus planos de expansão, dizendo que os requisitos de capital mais baixos devido à repressão à mineração de bitcoin permitiram à empresa negociar descontos substanciais em seus acordos de compra de hardware existentes.
No novo planejamento, que prioriza o uso de energia renovável produzida por hidrelétricas no lugar das tradicional geração por carvão mineral, agressivo ao meio ambiente.
Com o novo plano, Bitfarms pretende atingir 8.000 petahashes por segundo (PH / s), ou oito exahashes (EH / s) de capacidade de computação até o final de 2022. A mineradora afirma que utilizou 69 megawatts (MW), usando 99% de energia hidrelétrica limpa em suas instalações, abrigando 1.420 PH/s de capacidade de taxa de hash.
Debate sobre a quantidade “ideal” de energia para mineração
Em junho de 2021, Elon Musk, CEO da Tesla anunciou que sua empresa voltaria a receber pagamentos pelos seus carros em bitcoin assim que a mineração da criptomoeda atingisse pelo menos 50% de energias renováveis.
Poucas semanas depois, Jiang Zhuoer, CEO da pool de mineração BTC.TOP, que responde por 0,7% do hashrate total da criptomoeda, comunicou que segundo levantamento sua empresa, esse percentual já foi atingido.
“Quando as operações de mineração nas províncias de Xinjiang, Mongólia Interior e Qinghai foram fechadas, apenas as fazendas de mineração de energia hidrelétrica em Sichuan sobraram. Atualmente, o uso de energia limpa do Bitcoin por mineiros já ultrapassa 50%”, escreveu em sua conta no Twitter.
Musk e outros críticos da mineração de criptomoedas ainda não responderam às afirmações da BTC.TOP, mas o relatório da Bitfarms mostra que a tendência é o quadro mudar. Não há estudos profundos sobre a utilização de energia limpa na atividade de extração de cripto e ainda persiste o debate sobre a quantidade “ideal” de energia para mineração. Ao que parece, no futuro esse argumento contrário cairá em desuso.