O preço do bitcoin despencou mais de 10% nesta segunda-feira (21), após o governo chinês ampliar a repressão da mineração de criptomoedas, ao proibir esta atividade na província de Sichuan, sudoeste do país.

Atualmente, a mineração na China alimenta quase 80% do comércio mundial de criptomoedas. Apesar da proibição de comercializá-las no país exista desde 2017, o partido comunista aumentou nos últimos meses as ações para encerramento desta atividade em várias províncias.

Segundo a agência de notícias France Press (AFP), somente na semana passada foram fechadas 26 mineradoras na província de Sichuan. O tema foi debatido nas redes sociais chinesas e confirmado por um minerador de bitcoin.

O chegou ao preço recorde próximo de US$ 65.000 em abril passado, mas desde então vem caindo e custava US$ 32.509, na manhã do dia 21, com baixa de 4,23% nas últimas 24 horas. Na semana passada houve uma recuperação, para a casa dos 40 mil, mas analistas apontam como motivo para essa desvalorização as novas medidas repressivas de Pequim nos últimos dias.

O governo chinês determinou que as companhias elétricas deixassem de fornecer energia para todas as mineradoras de criptomoeda até domingo. A província de Sichuan tem uma das maiores concentrações de mineração do país, justamente por oferecer preços atraentes para a energia elétrica.

“Fecharam tudo” nos últimos dias, disse um ex-minerador de criptomoedas à AFP. “Grupos de trabalho vieram comprovar (…) e ter certeza de que encerramos as operações e retiramos as máquinas”, finalizou.

Segundo o jornal estatal chinês “Global Times”, o fechamento das mineradoras da província dará fim a mais de 90% da capacidade de mineração de bitcoins do país.

No início do mês a China encerrou contas de redes sociais que falavam sobre criptomoedas e começou uma campanha para desestimular seu comércio. A agência oficial de notícias Xinhua vem publicando artigos que expõem uma série de golpes relacionados à criptografia. A emissora estatal CCTV mostrou a criptomoeda como um ativo pouco regulamentado, frequentemente usado no comércio no mercado negro, lavagem de dinheiro, contrabando de armas, jogos de azar e tráfico de drogas.