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As atualizações da plataforma Ethereum sempre recebem atenção, especialmente quando trazem inovações, algo que não vem acontecendo com o bitcoin. No dia 24 de junho foi a vez do upgrade conhecido como Londres, ativado na rede de testes (Ropsten) na altura do bloco 10499401.

Considerada uma das atualizações mais esperadas para este ano, após o período de testes na Ropsten, conforme indica o blog Ethereum.org, ela será implantada nas próximas semanas em duas outras redes de testes antes de chegar à rede principal.

Uma semana depois, no dia 30, será ativada na testnet Goerli, agendada para o bloco 5062605 e a rede de teste Rinkeby receberá a atualização no bloco 8897988, em 7 de julho de 2021. Não há uma data final para o lançamento na mainnet, pois depende como as redes de teste conseguirão lidar com a atualização.

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É um grande passo desde Berlim, ativada na rede principal do Ethereum no início deste ano.

Para manter seu espaço no mercado, a Ethereum precisa resolver dois grandes desafios: o congestionamento de sua rede e as altas taxas de transação. Acredita-se que a combinação desses fatores é uma ameaça à sua  liderança, já que blockchains concorrentes como a Binance Smart Chain (BSC) e Solana estão atraindo muitos novos adeptos por terem taxas mais baratas.

O que muda com a atualização Londres?

Londres introduz importantes mudanças no protocolo Ethereum, pois cria novas regras para melhoraria do sistema. Por exemplo, vai modificar o atual modelo de taxas de transações da blockchain, tentando minimizar a dificuldade.

Assim como as demais granes atualizações no Ethereum, todas as mudanças ocorrem na forma de Propostas de Melhoria (EIPs). Desta vez, finalmente introduzirá o EIP-1559, que prevê a definição de uma taxa de transação básica para cada bloco, acompanhando a demanda da rede.

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Com isso as taxas de transação básicas são queimadas, o que reduzirá o suprimento de ether em circulação.  Londres também trará outros pacotes menores, como a EIP-3238, que irá atrasar a conhecida “bomba-relógio da dificuldade”, um mecanismo embutido no Ethereum que faz a mineração ficar cada vez mais difícil, a ponto de ser inviável.

Tecnicamente, embora chamada de upgrade, a atualização Londres será uma hardfork (ramificação) da blockchain Ethereum. Nesse processo, todos os nós que não serão atualizados continuarão na blockchain antiga, onde as regras anteriores continuarão valendo.

Efeito no preço

O mercado sempre reage bem à inovação e este ano tem sido histórico para a Ethereum. Segundo criptomoeda em valor de mercado, ela chegou a se valorizar mais de500% nos cinco primeiros meses do ano. Começou 2021 valendo cerca de US$ 770 e bateu sua máxima histórica de US$ 4.356,99 em meados de maio, segundo índice da CoinGecko.

Um dos elementos para sua forte adoção pelos desenvolvedores de novas criptografias são as constantes melhorias na blockchain. Por isso, o hard fork Londres chega trazendo otimismo para o ecossistema, causando também uma tendência de alta em seu preço, com o ETH voltando a ficar acima dos US$ 2.500, acumulando uma valorização de 15% na primeira somente semana de junho e gerando expectativa de continuar crescendo até o final do ano.

Ethereum deflacionário

Um dos motivos para otimismo com as mudanças na blockchains é que o mecanismo EIP-1559, além de alterar a estrutura de taxas, queima a “taxa básica”. Isso fará que o sistema monetário do ethereum torne-se deflacionário ao longo do tempo.

Ou seja, a ativação do EIP 1559 em toda a rede será, segundo analistas, um catalisador de alta para o preço do ativo digital.

Quem gosta de acompanhar essas questões técnicas pode acessar o site Watch The Burn (Observe a queima) que traz indicadores em tempo real. Mais de 88.480 ETH foram queimados na rede com os testes em andamento, que no mercado valem US $ 177 milhões com os preços atuais.

A ConsenSys, empresa que oferece soluções de software pra Ethereum, avaliou que a mudança anual no fornecimento será de menos 1,6 milhão de ETH. Considerando o preço quando esta matéria é escrita, equivaleria à queima de US $ 3,2 bilhões. Isso reduzirá a taxa anual de abastecimento em 1,4%.

Ethereum 2.0

O grande mudança esperada na rede Ethereum, que deve revolucionar toda a blockchain, foi postergado novamente e só deve sair em 2022. Porém, essa questão da propriedades deflacionárias ficarão ainda mais evidentes quando a prova de trabalho (PoW) usada desde a criação do Ethereum em 2015 for substituída pela prova de aposta (PoS) e o ativo não for mais minerado.

Conforme analistas como Ryan Berckmans, fundador da Predictions Global, isso deverá fazer os preços do Ethereum finalmente rivalizar com o do bitcoin, pois o novo protocolo “devolverá” o Ethereum aos detentores, pois por causa da queima de taxas, aumentará a escassez do ativo.