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Na última terça-feira (20), a retirada de quase US$ 100 bilhões do mercado de criptoativos, gerou uma desvalorização na grande maioria dos ativos digitais. O bitcoin (BTC) continua lateralizados, mantendo-se abaixo de US$ 30 mil, enquanto o ether (RTH) voltou para à casa dos 1.700 dólares.

Segundo analistas, essa situação é consequência do temor do mercado em relação a uma possível nova onda do coronavírus, em consequência da chamada “variante Delta”, que teve origem na Índia.

O fato é que após sua máxima histórica em abril, quando chegou a US$ 64 mil, o bitcoin despencou 50% e ficou em baixa mais de dois meses, tendo dificuldade para se manter acima da faixa dos US$ 30 mil. Contudo, esta semana o preço caiu novamente.

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Edmond G., líder de negociação da empresa de serviços financeiros britânica B2C2, lembra que criptoativos não estão imunes “ao sentimento do mercado tradicional”. Ele disse ao site CoinDesk: “Estamos vendo investidores avesso a riscos no mercado de ações, câmbio e commodities”.

Conforme a plataforma de análise IntoTheBlock, a concentração mais destacada de compradores aparece na média de 27 mil e 26 mil dólares. Considerando os registros históricos da ferramenta, são eles que podem absorver parte da recente pressão vendedora.

Os analistas Chris Williams e Ali Martinez são mais pessimistas, apontando que a queda pode ser mais acentuada, chegando até o patamar de US$ 17.650.

O CEO da Delta Exchange, Pankaj Balani, aponta que, cada vez mais, os ativos digitais se comportam como aplicações mais tradicionais. “O mercado cripto está vulnerável às notícias macroeconômicas. O ether e outras altcoins vão sofrer um ‘banho de sangue’ se o bitcoin cair para a faixa dos US$ 20 mil”

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Ao mesmo tempo, as principais bolsas de valores do mundo vêm sofrendo com quedas este mês, mas já conseguiu se estabilizar. “Pode ser o momento para uma recuperação no mercado cripto, já que o pânico no mercado de ações parece ter chegado ao fim”, acredita o analista Alex Kruger.

Todas essas considerações apontam que a queda no preço das criptomoedas ocorre mormente por fatores externos, e não por problemas ligados ao setor. Claro, o mercado de criptografia ainda lida com seus próprios problemas, como ameaças regulatórias e mudança no cenário da mineração. Mas o fato de também estar se autorregulando, como já aconteceu no passado com casos similares, mostram que os fundamentos dos criptoativos e as teses de investimento que sustentam este mercado não sofreram grandes alterações. No médio e longo prazo, gera uma perspectiva mais otimistas, que pode ajudar na retomada tão esperada pelos investidores.