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Sam Altman, ex-chefe da incubadora de negócios do Vale do Silício Y Combinator, tem uma nova startup que pretende dar um tipo especial de criptomoeda a cada pessoa na Terra. Mas primeiro, ele quer escanear os olhos de todos.

Com uma carreira marcada por projetos inovadores, Altman é um dos três fundadores da empresa Worldcoin. Sem plano ambicioso inclui utilizar um dispositivo que faria a digitalização da íris de uma pessoa para gerar um identificador pessoal único.

A empresa tem apoio de Andreessen Horowitz, o braço de capital de risco da Coinbase Global, o fundador do LinkedIn, Reid Hoffman, e a Day One Ventures. Recentemente, o projeto conseguiu angariar mais de 25 milhões de dólares, junto de diversos investidores.

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O ex-CEO da Y Combinator, de 36 anos, disse em uma entrevista que teve essa ideia no final de 2019. Sua intenção era usar a criptomoeda para distribuir o dinheiro de forma equitativa, inspirado na moderna teoria econômica conhecida como renda básica universal.

Embora tenha sido o primeiro investidor na Worldcoin, Altman afirma que não tem atuação nas operações do dia a dia e atua principalmente como consultor da empresa quando necessário. “Estou muito interessado em questões como renda básica universal e o que vai acontecer com a redistribuição global da riqueza e como podemos fazer isso melhor”, explicou.

O chefe do empreendimento da Worldcoin é Alexander Blania, 27, ex-aluno de física teórica no California Institute of Technology e na Max Planck Society. Ele aceitou ser um cofundador pela amizade com Max Novendstern, com quem trabalhou anteriormente na startup de transferência de dinheiro Wave.

Até agora o projeto estava sendo desenvolvido sem muito alarde, mas a Bloomberg divulgou detalhes e seus criadores decidiram se manifestar. A Worldcoin ainda não foi lançado e a startup responsável por ele está avaliando as dificuldades de se levar criptomoeda para o máximo de pessoas possível, disse Blania. “Muitas pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso aos sistemas financeiros e a cryitografia tem a oportunidade mudar isso.”

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A descrição do projeto no site da WorldCoin diz que eles pretendem “lançar uma nova moeda digital global que dará uma parte a cada pessoa na Terra”. O objetivo da empresa seria ajudar economias a adotarem as criptomoedas, “através de uma nova abordagem: um dispositivo de hardware dedicado que garanta a humanidade e a singularidade de todos os que se inscrevem na plataforma, mantendo a sua privacidade e ao mesmo tempo a transparência” das operações.

O dispositivo criado por eles é uma esfera prateada do tamanho de uma bola de basquete que consegue escanear a íris das pessoas e usar os dados para criar identidades únicas. A Worldcoin já começou a fazer testes em pequena escala em várias cidades, mas não há imagens disponíveis ainda, pois tudo ainda é mantido em segredo.

Como a Worldcoin ainda não está pronta para distribuição, a empresa está pagando os voluntários com outras moedas digitais, principalmente Bitcoin, em troca de escanear seus olhos e dar feedback sobre o processo. A empresa tem menos de 20 protótipos em circulação em todo o mundo, disse Blania.

Cada aparelho custa cerca de US $ 5.000, mas o preço cairá drasticamente à medida que a empresa refinar o processo, explicam os criadores, que não explicaram se existem um cronograma para seu lançamento em larga escala.

De acordo com Blania, o escaneamento da íris é uma parte essencial do plano porque evitaria que as pessoas tentem se registrar várias vezes para fraudar o sistema. Ele também está ciente das implicações de privacidade de entregar informações biométricas para uma pequena startup e disse que a Worldcoin tornará o processo o mais transparente possível para que os usuários possam ver como os dados são usados. Assegurou apenas que o escaneamento da íris produzirá um código numérico único para cada pessoa e que a imagem será excluída e nunca mais armazenada.

Ciente que o projeto levantará polêmicas, os investidores recusaram os pedidos da Bloomberg para comentar.