O bitcoin foi negociado na manhã desta terça-feira (22) abaixo de US$ 30 mil pela primeira vez desde janeiro, o que faz com que o lucro de quem comprou nos últimos seis meses e vender agora seja próximo de zero.

Analistas apontam que a tendência de baixa é resultado das nova medidas de repressão do governo da China contra o setor de criptomoedas, fechando várias mineradoras e tentando criminalizar o trade em seu território.

A moeda oscilou muito, alcançando US$ 33.240 no melhor momento, mas recuou mais de 6% por volta de 9h45 (horário de Brasília) sendo vendida a US$ 29.556,91. Nas últimas 24 horas é a segunda grande queda, tendo caído ontem (21) mais de 10% somente.

Alguns analistas acreditam que queda pode continuar nos próximos dias e o movimento baixista impactou também o ether, segunda maior criptomoeda, que recuou 5,41%, sendo negociado a US$ 1.785,59.

Gráfico de preço do bitcoin na manhã de 22 de junho de 2022. Imagem: Tradingview.com

As decisões do partido comunista que governa a China, país que ainda lidera a mineração de criptomoedas no mundo, com cerca de 80%, são calculadas para impedir o avanço das criptomoedas. Além de restringir a mineração na província de Sichuan, no sudoeste do país, o banco central chinês determinou recentemente que bancos e plataformas de pagamento – como a gigante Alipay (do mesmo grupo do site AliExpress) – não forneçam mais serviços ligados ao comércio das criptomoedas.

Segundo o governo chinês, as atividades especulativas com criptomoedas estão perturbando o sistema financeiro do país e criando riscos de saídas ilegais de capital.

As novas regulações dificultam que residentes da China consigam ter criptomoedas em seu nome. “Não temos mais permissão dos bancos para transferir dinheiro para compras e vendas de criptomoedas”, explica Bobby Lee, chefe do aplicativo de carteira de criptomoedas Ballet e ex-presidente da BTC China, primeira bolsa de bitcoin da China.

Outro elemento nessa complexa equação que determina a confiança no ativo digital são as notícias que o governo dos Estados Unidos também deve apertar a regulação, após sinalizações de que a SEC (a equivalente americana à Comissão de Valores Mobiliários) não pretende autorizar novos formatos de investimentos em cripto em breve, parte de um pacote de medidas para conter a inflação do dólar.