Cocô de vaca para mineração de criptomoedas já é uma opção viável
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As reclamações de Elon Musk sobre a mineração de bitcoin ser prejudicial ao meio ambiente pelo alto consumo de eletricidade afetaram o mercado e, no mês, passado, contribuíram diretamente para a queda de preço.

Algumas soluções para a mineração mais “verde” já vinham sendo oferecidas. Porém, a mais insólita é usar esterco de vaca misturado com água e colocado em fermentadores. A mistura produz gás metano, que alimenta  motores conectados a geradores capazes de produzir eletricidade.

A solução, oferecida por Philip Hughes, um fazendeiro do País de Gales, no Reino Unido, pode parecer estranha, mas é viável. Em entrevista à BBC, ele explicou como está usando um motor movido a esterco, produzido em abundâncias pelas vacas de sua fazenda, para gerar energia suficiente para manter sua fazenda de mineração.

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O esterco bovino alimenta um motor de 6 cilindros, capaz de fornece energia suficiente para manter ligadas as 18 mil placas de vídeo reunidas em sua fazenda, perto da cordilheira Berwyn. Segundo o fazendeiro, um terço da eletricidade gerada vai para alimentar seus equipamentos de mineração, e o restante vai para as necessidades de eletricidade da propriedade.

A “fazenda de mineração” que Hughes comprou por US $ 25,5 mil, dedica-se a minerar ethereum. Além disso, ele também aluga equipamentos para mineração de outras criptomoedas, e está ganhando um bom dinheiro com isso.

O fazendeiro britânico está fazendo escola. Devido ao seu sucesso, mais de 40 fazendas vizinhas se interessaram pela tecnologia simples e inventiva de Hughes. Em média, todos investiram os mesmo 25 mil dólares pela instalação dos equipamentos. Em que pese a volatilidade da criptomoeda, a expectativa é de recuperarem o valor investido e começar a ver lucros em apenas 6 meses.

Hughes revelou que a mineração de criptomoedas é um bom negócio, embora admita que ainda se preocupa em ver o preço do ethereum cair tanto nos últimos meses. Em maio, cada unidade custava US $ 4.000 e, no início de junho, o preço caiu para cerca de US $ 2.500.

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“A receita é boa, mas depende muito do dia em que você faz a pergunta”, brinca Hughes.

Energia alternativa

Um dos parceiros de Hughes nessa busca por fontes de energia alternativa para mineração é Josh Riddett, que dirige o Easy Crypto Hunter, em Manchester. Ele lembra que embora o consumo de energia da mineração de ethereum seja alto, ainda é significativamente menor do que o necessário para bitcoin.

Já faz algum tempo que Riddett tem lançado divulgado as vantagens da mineração de criptomoedas a partir de geradores de eletricidade renovável de pequeno porte. Segundo ele, ajudou a colocar esses equipamentos em  em 42 locais, incluindo geradores solares, hidrelétricos e eólicos, além de digestão anaeróbica, como o que utiliza estrume animal.

Ele ainda convive com a desconfiança dos moradores da região que as criptomoedas serão valiosas por tempo suficiente ou de forma consistente o suficiente para pagar o considerável investimento de capital que a energia hidrelétrica requer.

A Associação de Digestão Anaeróbica e Biorecursos do Reino Unido diz que apenas um “punhado de fazendas” está explorando a mineração de criptografia. Em meio à desconfiança sobre o que fazer com a força computacional se o mercado colapsar, o fazendeiro Hughes já traça alternativas. Uma delas seria colocar sua plataforma para renderizar animação por computador para estúdios de cinema como a Disney.
Seja como for, Philip não desanima. É “muito mais fácil operar um monte de computadores que um rebanho de vacas ou de ovelhas”.