O governo da Nigéria vem acirrando o combate à criptografia no país, após identificar que é cada vez maior o número de cidadãos que aderem às criptomoedas privadas e stablecoins para acessar bens e serviços internacionais.
Entre as medidas mais recentes para o controle do fluxo financeiro, o governo nigeriano impôs restrições à compra de dólares no país. Isso acabou fazendo com que disparasse a adoção de USDT e USDC, que são lastreadas na moeda norte-americana.
No final de agosto, o Banco Central da Nigéria (CBN) anunciou que está trabalhando na criação de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC) chamada e-naira, uma parceria com a fintech Bitt In. Ela será totalmente controlada pelo estado, funcionando em paralelo como papel-moeda circulante no país.
A escolha da empresa de tecnologia com sede em Barbados, no Caribe, é explicada por sua experiência no desenvolvimento da moeda digital do Banco Central do Caribe Oriental, DCash, lançada este ano.
Limites de transação
O ativo digital nigeriano seguirá o modelo adotado em outros nações que também apostam nessa versão eletrônica do seu dinheiro. Cada e-naira terá o mesmo valor do naira físico. O documento oficial explica que a adoção da CBDC possibilitará coletar informações de seus usuários e combater a lavagem de dinheiro.
Porém seu uso não será livre, havendo limites nas transações. Os cidadãos nigerianos sem contas bancárias, serão obrigados a informar o número de telefone vinculado à identidade nacional para que seja feita uma validação. Para eles, o limite de transação diária é de de 50.000 nairas, o equivalente a RS$ 600.
Aqueles que já possuem contas bancárias terão limites diários de 200.000 nairas (RS$ 2.500) ou 1 milhão de nairas (R$ 12.500), dependendo de sua renda média. Os comerciantes seguirão outras regras, pois não terão restrições de valor nas transações.
O e-naira será a primeira moeda digital estatal do continente africano. Os testes de uso começam em 1º de outubro, mas a disponibilização para todos os cidadãos ocorrerá em meados de 2022.