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Quem lida com criptomoedas está acostumado a ouvir sobre sua volatilidade. Contudo, após um período de alta desde o início do ano, a queda nos últimos dias já causa prejuízos bilionários.

Os analistas apontam que o principal motivo para isso foi a decisão do banco central da China de proibir transações e serviços envolvendo moedas digitais no país. A notícia caiu como uma bomba e gerou uma corrida pela venda que demonstra o comportamento de manada dos investidores. O bitcoin (BTC), por exemplo, chegou ao seu menor preço desde janeiro, ao passo que ether (ETH) e dogecoin (DOGE) caíram mais de 40%. Estima-se que o mercado de criptomoedas perdeu cerca de US$ 750 bilhões em valor nesta quarta-feira (19).

Se na terça (18), o bitcoin era negociado na casa dos US$ 45 mil, 24 horas depois, a criptomoeda bateu em US$ 30 mil, numa desvalorização relâmpago de 30%.

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A forte tendência de venda que deu o tom do mercado de criptomoedas esta semana refletiu-se nas maiores exchanges, que chegaram a passara por instabilidades com a intensa atividade de usuários. Isso ficou ainda mais evidente quando Binance e Coinbase, duas das maiores plataformas de exchange do mundo, apresentaram problemas técnicos por volta das 10 horas da manhã de hoje.

O site de monitoramento bybt.com aponta que cerca de US$ 9 bilhões em ativos digitais foram liquidados de terça para quarta. O valor global do mercado de moedas, estimado em mais de US$ 2 trilhões, após a onda de vendas, estacionou em US$ 1,35 trilhão, de acordo com o CoinMarketCap.

A decisão do Banco Popular da China proíbe as instituições financeiras no país de aceitar criptomoedas como pagamento e restringe a oferta de serviços e produtos relacionados. O regime comunista disse que critpo “não são moedas reais” e referiu-se ao seu comércio como “pura especulação”.

Como grande parta da mineração ocorre naquele país, o pessimismo tomou conta dos investidores, que decidiram vender seus ativos.

Bolsa de valores é afetada por flutuação brusca de criptomoedas

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O desastre no mercado virtual acabou impactando a bolsa de valores norte-americana. Ações da Coinbase perderam até 12% do valor. Já os papéis da empresa de software MicroStrategy, uma das maiores investidoras de bitcoin, caíram 15%.

Também sofreram as ações da mineradora de moedas digitais Marathon Digital Holdings, que se desvalorizaram em 13%, enquanto empresa de investimentos Galaxy Digital Holdings, do bilionário Michael Novogratz, despencou 12% na bolsa.

Paul Haswell, sócio do escritório de advocacia Pinsent Maçons em Hong Kong, disse ao Financial Times que as recentes medidas do governo chinês fazem parte da preparação de sua CBDC, o iuan digital. O Banco Popular da China está limitando a adoção institucional de criptomoedas privadas, como o bitcoin para que a moeda digital estatal receba mais aceitação.

Quem também está sendo responsabilizado pela queda abrupta das criptomoedas é o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk. Um dos homens mais ricos do mundo, ele deu algumas declarações que afetaram a percepção do grande público sobre os tokens.

Semana passada, a Tesla anunciou que não aceiraria pagamentos pelos carros elétricos em bitcoin, alegando preocupações sobre o impacto ambiental da mineração da criptomoeda. Quase imediatamente o ativo digital caiu cerca de 15%.

Ele também escreveu no Twitter que a Tesla poderia vender os mais de US$ 1 bilhão em bitcoin que possui. Curiosamente, ele voltou a apoiar o dogecoin (DOGE), gerando outra desvalorização do bitcoin em mais 15% somente na segunda-feira.